ARQUIVO DE GUERRA #1 – A VISÃO DOS IMPERADORES GÊMEOS

- Carta escrita a um dos Comandantes do Exército de Garlitzia por um dos Escribas da Fortaleza Dorália na Capital do Império, Gartena.
Há 10 longos anos, os Gêmeos viram o futuro. Foram criados pelas mentes mais brilhantes e estudiosas do Reino de Galitzia a mando do Antigo Rei, quando crianças, aprenderam as línguas mais antigas e estudaram as danças de lâminas mais complexas. Dos 12 anos aos 17, tinham visões de eventos que ainda não tinham acontecido, nenhum feiticeiro, estudioso ou sábio achou respostas para isso, as visões eram de assuntos importantes e todas foram verdadeiras de acordo com o Conselheiro do Antigo Rei Lorien, e até hoje os Imperadores se questionam porque não tiveram uma visão da tragédia que acometeu eles quando completaram 18 anos.
A morte do Rei e da Rainha em uma tentativa de golpe de estado os abalou de maneira irremediável, os Irmãos mataram os conspiradores e juntos declararam um Reinado Duplo, para liderarem juntos como sempre fizeram. 5 anos de um reinado neutro e vazio de acontecimentos importantes, mas de maneira súbita, em uma noite sem estrelas, eles tiveram uma última visão.
Eles viram a destruição, em um futuro distante, forças exteriores ao Continente de Gazit viriam. Tudo seria tornado cinzas, os povos seriam mortos, as cidades quebradas, os líderes aprisionados. Gazit se tornaria uma terra de lembranças, tudo isso porque não estavam unidos, não estavam sob uma liderança poderosa e capaz de proteger a todos, não estavam sob um estandarte só.
Quando acordaram na manhã seguinte, declararam que o Reino agora era um Império, e eles, Imperadores. E como todo Império faz, eles começaram a expandir.
E é o que ainda fazemos hoje, meu caro, lutamos e batalhamos para que este final horrível não aconteça. Devemos confiar na visão dos Gêmeos, para que eles nos guiem na melhor direção. Para que tenhamos paz no futuro…
ARQUIVO DE GUERRA #2 – A DECISÃO DA RAINHA SERENA

Todos os Comandantes, Duques, Reis e Regentes haviam chegado, Serena estava pronta. Nenhum conselho de emergência da Região Verde de Teranam tinha sido reunido às pressas como esse, a impaciência, medo e raiva era tangível. Decidiu logo começar, antes que qualquer outro fizesse por ela.
“Meu nome é Serena Lightbourne!” falou ela em alto e bom som, todos os presentes começaram a ouvir “Líder e Rainha da República de Altárvore, filha da Antiga Rainha Laudiara Lightbourne, Heroína da Batalha do Vale Moor. Em seu leito de morte, minha mãe disse que havia conhecido os Imperadores Gêmeos, eram garotos na época, e mesmo assim, ela sentiu uma força avassaladora neles. Laudiara disse para mim, como Rainha, cuidar de três assuntos com cuidado: Cuidar do povo, cuidar de mim, e tomar cuidado com os gêmeos.”
Murmúrios podiam ser ouvidos por toda Cúpula de Altárvore, Serena continuou:
“Agora, estes mesmos Gêmeos, invadem nossas fronteiras em nome da ‘paz’, em nome de suas ‘visões proféticas’ de um fim tenebroso das mãos de ‘poderes exteriores’. Tentam botar um estandarte azul em nossa TERRA VERDE!”
Serena vê acenos de cabeça por toda a Cúpula, estavam concordando.
“Por isso não deixaremos. Não peço em nome de minha mãe, não… não pedirei em nome dos mortos, pois esses já fizeram seu papel sob o céu estrelado de Gazit. Peço em seus nomes, digo para nos unirmos em nome de seus filhos e filhas, em nome de seus vassalos que confiam em seus julgamentos, em nome dos povos desta região, em nome da terra abaixo de nossos pés! Devemos nos unir, para enfrentar o perigo que bate em nossa porta!”
Serena desembainha sua espada e a luz do dia vinda do topo da Cúpula reflete em sua lâmina, iluminando o rosto dela enquanto todos levantam suas armas para cima.
“Deixe-me guiá-los, e juntos, veremos a vitória desta batalha!”
Não houveram questionamentos, as outras lâminas, fossem de espadas ou adagas, se levantaram acima das cabeças e a decisão fora feita. Iriam à guerra, e lutariam até o fim por suas terras de verde brilhante.
Agora, 10 anos travando a batalha, Serena questiona se tivera feito a decisão correta, os ventos a diziam que a luta estava chegando ao fim, esperava que o vento tivesse correto. Uma geração inteira criada na batalha, homens e mulheres forjados pelo perigo, perdas em todos os lados.
“Qualquer for o final deste conto, estaremos mais fortes…” pensou ela, em direção à Mesa de Guerra.
ARQUIVO DE GUERRA #3 – A FÚRIA VERMELHA

Eu estava lá, estava presente quando vi a primeira faísca da Fúria Vermelha. Eu morava no pequeno vilarejo de Tiria, era uma vida boa e simples. O Velho Duque era um nobre preocupado, visitava o vilarejo todo dia. Era respeitoso, ouvia mais do que falava e cobrava de maneira correta seus tributos, era um homem bom, do qual não cabia no futuro. Enfim, é o passado, e este nunca mais voltará.
Estava no rio lavando algumas roupas como um bico para a Estalagem da minha família, a Metade do Caminho. Pensava no poema da noite, sobre o que falaria, quais proezas inventaria, quais monstros e belas damas acharia na estrada imaginária do canto. O infortúnio da vida acaba sendo esse, como tudo pode mudar em dia ou menos.
A distância não era grande do vilarejo, mas o som do rio e da vida animal na floresta manteve-me ignorante do que estava acontecendo lá. Uma grande guarnição de Teranam apareceu e forçou uma audiência com o Duque, e em menos de duas horas, tinham tomado minha pequena Tiria. O filho do Duque chamado Lehrman contou-me que ofereceram tudo para seu pai, ouro, poder, mais terras em lugares maiores. Ele apenas pediu que fôssemos deixados em paz, não queria fazer parte de uma guerra por um futuro incerto, muito menos mandar os jovens para lutar uma luta que não era deles. Não foi ouvido, mas sim, atacado pelas rápidas lâminas da conquista. Lehrman lutou com os guardas e fugiu, não conseguiu salvar seu pai e nem seu pequeno castelo.
Quando as cinzas começaram a cair na água, me preocupei e logo terminei de lavar as roupas, lembro de serem tantas, eram de toda a família, meus irmãos e irmãs, pai e mãe, até do meu avô. Olhei para cima e vi fumaça negra subindo aos céus na direção de Tiria, um frio subiu na minha espinha, um sentimento novo que eu nunca mais esqueci.
Corri o mais rápido que pude, a cada passo o rio ficava mais longe e o véu da ignorância que seu som tinha sobre mim se esvaiu, dando lugar ao terror.
Gritos, metal, fogo.
Desci um barranco e vi o Castelo Lahtiria em chamas, consumindo o que antes era um marco de poder e segurança para Tiria.
Me apressei e vi o lugar que cresci sendo queimado e destruído, tornado em cinzas. Corri até a estalagem, e vi meu pai lutando com soldados, ele usava uma espada antiga que tinha trocado com um aventureiro no passado, de acordo com ele, era uma espada que tinha derrotado todos os inimigos que estiveram em sua frente e tinha protegido quem a empunhava, e desta vez, ela não fizera nada disso. Meu pai caiu ao chão protegendo sua família, eu gritei, me joguei em cima de um soldado e logo senti minhas forças sumindo, uma lâmina em minha barriga e um empurrão me jogaram ao chão, a adrenalina passou e o mundo se tornou uma pintura molhada por uma grande tempestade, assim, morri.
Esta foi a morte de Veike, o Camponês, horas depois, Lehrman me conta que me encontrou em meio aos escombros, respirando, vivo novamente.
Quando acordei, a dor me encontrou antes de tudo, gritei, levantei de sobressalto, estava no chão, em o que parecia ser uma cama, era feita de roupas sujas e rasgadas, roupas dos mortos imaginei. Bandagens feitas de trapos ensanguentados apertavam minha ferida, me levantei em dor e olhei ao meu redor, eram inúmeros outros assim, tentei me localizar e o som do rio invadiu meus ouvidos.
“Estamos do outro lado do rio” falou Lehrman “eles seguiram pelas estradas em direção de Garlitzia, não virão para cá”
“Esses são quem sobrou de Tiria?” perguntei, minha voz áspera com sede.
“São os que sobrou da região toda Veike, não fomos os únicos” disse ele, com fogo no olhar “Apenas eu e você somos de Tiria, eu estava lutando pela minha vida na floresta, só você viu ela cair”
“Quer dizer que-” lágrimas preencheram meus olhos “Sim” respondeu ele, me abraçando “Não sobrou mais ninguém meu amigo”
Fiquei em luto por uma semana inteira, ninguém daquele campo de refugiados me indagou, ao saberem, entenderam. Grande parte deles havia fugido antes da destruição de suas cidades, não viram o horror. Lehrman vinha periodicamente me visitar e ver como estava, me trazia notícias dos que organizaram aquele campo de apoio, queriam se unir, impedir que isto acontecesse novamente, queriam tomar nossas terras de volta, lutar pelo que era nosso.
Após duas semanas, decidi participar de uma destas reuniões, me dirigi para o centro do acampamento e vi um grupo de pessoas juntas, discutindo sobre planos de batalha e o que fazer com os refugiados que cresciam em números a cada dia.
Lehrman estava lá e quando percebeu minha presença, disse:
“Senhores, devo chamar a atenção de vocês que a Testemunha de Tiria está presente nesta reunião.”
Testemunha? Senhores?
“Estamos decidindo nossos próximos passos, venha, vamos planejar”
Assim, entrei para o que ficou conhecido como o Conclave do Povo, a alcunha de Testemunha de Tiria aumentou com o tempo, os rumores sobre nosso acampamento se espalharam e nossos números cresceram, os ex-nobres que sobraram decidiram nos treinar para retomarmos o que era nosso. Neste espaço de alguns meses, aprendi a ler, escrever, lutar e falar. Homens e mulheres se tornaram soldados, os que não podiam lutar criaram estruturas e sistemas para não morrermos de frio e fome. Todos se ajudavam como podiam, ali, naquele campo onde os feridos e destruídos pela guerra sem sentido se agrupavam, o fogo começou, o fogo vermelho dentro de nossos corações, a força para um mundo melhor, sem lordes, sem reis e imperadores com visões de destruição. Um mundo justo, onde juntos somos fortes, mas separados, caímos.
Em um ano, saímos em nossa primeira batalha, e o Conclave agora era maior do que podíamos imaginar, após nossa primeira vitória, a Companhia Vermelha surgiu, e se você, como nós, acredita em uma possibilidade melhor para as Terras de Gazit. Nos encontre, siga o punho, e encontre força na união.
- Texto escrito por Veike, Testemunha de Tiria, enviado para todos os cantos de Gazit em busca de recrutar mais membros para sua causa.
ARQUIVO DE GUERRA #4 – O MISTÉRIO DOS LÂMINAFRIA

Diário de Guerra da General Serena de Altárvore
Tudo o que sabemos é que eles vêm à noite, derrotam nossas tropas, roubam nossos suprimentos e somem antes que possamos vê-los claramente. Parece criar-se uma divisão nos meus comandantes, entre os que acreditam na Lâminafria, e os que negam sua existência. Pedi para nossos agentes em campo buscar veracidade nestes ataques e rumores e agora tenho de considerar mais este problema.
Não sabemos de onde vem, não sabemos quem está por trás disso. Temos de descobrir mais, antes que seja tarde demais, Garlitzia acha que somos nós, bom, nós achamos que são eles! De qualquer maneira, temos de encontrar a verdade, não importa o preço…
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Excerto Retirado de uma Transcrição da Mesa de Guerra Garlitziana
Comandante Fischer: Alguma resposta de nossos espiões?
Comandante Harker: Nada! Já perdemos 4 Caravanas e 3 Batalhões, como vamos descobrir qualquer coisa assim!? Como vamos concluir a missão dos Gêmeos se não sabemos nada! Nem sabemos se são reais! Podem muito bem ser um rumor falso de Teranam para nos distrair!
A Comandante Amaral, que estava atrasada para a Mesa, entra rapidamente na sala, surpreendendo os presentes e inclusive os Gêmeos, que sentavam quietos em seus tronos. Amaral bota em cima da Mesa de Guerra uma espada negra, o silêncio da atenção cresce na sala, todos estão prontos para ouvi-la.
Comandante Amaral: A Lâminafria existe! Lutamos com eles voltando do fronte com a Companhia Vermelha, e ganhamos! Escutem todos, aprendemos algumas coisas sobre eles, alguém está transcrevendo?
Os comandantes apontam para o escrivão – eu – para afirmar que estavam sendo transcritos.
Comandante Amaral: Ótimo. Eu e o Comandante Rosso estávamos passando pela Floresta Nilsen em direção a Capital, quando nos atacaram à noite. Eles eram rápidos e atacaram com tudo, sinto que estavam estudando nosso batalhão por um tempo antes de agirem. Eles têm acesso aos mesmos equipamentos e especialistas que nós, ainda assim, lutamos com tudo que podíamos, e pelos Imperadores Gêmeos, ganhamos!
Comandante Fischer: Devo congratulá-los pelo ótimo trabalho, mas nos diga o que descobriu!
Comandante Amaral: Creio que não são humanos.
Um silêncio de dúvida apareceu.
Comandante Harker: O que está implicando?
Comandante Amaral: Ao checarmos os mortos, todos tinham a pele cinza. Testamos para ver se era tinta, não saiu, eles realmente tinham uma pele acinzentada. Um de nossos arqueiros jurou reconhecer pelo menos 2 rostos, disse que lembravam amigos. Suas armas são negras como esta espada e suas roupas feitas com um tecido e metal estranho, feito apenas para parecer com os nossos. E nenhuma destas é a parte mais interessante. Após algumas horas após a batalha, enquanto ainda cuidávamos dos feridos, um cheiro estranho apareceu e seus corpos começaram a sumir, deixando para trás apenas seus equipamentos e roupas. Eu pessoalmente tenho uma teoria, quando estudei na Academia Real de Garlitzia, quase me tornei feiticeira, naquele tempo me interessei por magia antiga, a do tipo que necessita de décadas de estudo, e lembro de algo parecido com isso.
Pela primeira vez, os Imperadores Gêmeos falaram, sempre em uníssono.
Imperadores: Magia antiga, não ensinada para ninguém nos dias de hoje. Você deve ter entrado na seção proibida para lembrar de algo assim, mas não faria sentido puni-la por uma transgressão neste momento. Se o que você diz é verdade Comandante Amaral, apenas um Grande Feiticeiro poderia conjurar tal feitiço, e só conhecemos um que poderia ter este tempo e acesso para aprender. O conselheiro de nosso falecido pai, o Feiticeiro Ubsul, considerado morto pela falecida Rainha Laudiara de Altárvore na Batalha do Vale Moor…
Comandante Fischer: Temos bastante trabalho pela frente então… Comandante Amaral, estenda nossas congratulações ao Comandante Rosso pelo bom trabalho, onde está ele agora?
Comandante Amaral: Supervisionando seu batalhão e ajudando o exército no que pode, além de visitar sua família que vive aqui na Capital.
Comandante Fischer: Entendido. Vamos prosseguir com a Mesa de Guerra, temos de conversar sobre a queda do Castelo Julianno e nossos próximos passos…
Fim do excerto
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Mensagem para a Companhia Vermelha
Fomos atacados por um inimigo perigoso. Não foram as forças opressoras de Garlitzia, ou a brutal espada de Teranam, mas outro perigo, do qual ainda não entendemos. Envio esta mensagem para todos os regimentos e acampamentos que possam ler.
Eles aparecem à noite, eliminam os mais fortes, roubam nossos suprimentos e somem antes mesmo que possamos reagir. Rumores do Império dizem que são chamados de “Lâminafria”, uma nova força do qual ainda não sabemos suas intenções.
Tenham cautela, nossos inimigos aumentam, o que significa que estamos no caminho certo, com toda a nossa força, conseguiremos a vitória!
- Veike, a Testemunha de Tíria
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N O SSO P L A NO S E GU E EM PER FEI T A EX E CUÇ ÃO, O S GÊM E OS I RÃO PA G A R, TO DO S IRÃO PA G A R, ES TA TERR A S ER Á MIN HA!
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ARQUIVO DE GUERRA #5 – A HISTÓRIA DA MAGIA

Existem duas histórias, a entoada por contos, prosas e cânticos antigos espalhados boca a boca por artistas, arcanos e bardos, e a outra baseada em arquivos e relatos esparsos que foram achados por toda Gazit da Época conhecida como O Crescimento. A lenda fala que uma Princesa Ametista dos Céus Eternos, filha das estrelas e irmã dos planetas, depois de milênios de procura, escolheu nosso planeta do sistema solar para abençoar com uma de suas lágrimas, com isso, ela pingou sua lágrima em nosso mundo, e sua benção foi o surgimento de cristais de mana em nosso oceano. Nós, os filhos do planeta, bebemos a água e comemos a comida feita com sua benção, as pessoas abençoadas, poderiam então gerar proles que pudessem ter acesso ao poder dos cristais, ao poder da Princesa Ametista. Esta lenda já serviu de inspiração para inúmeros líderes, artistas e tiranos, o poder da Princesa ainda reside em alguns capazes de usar da mana do mundo, mas muitos acreditam que algum dia os cristais irão desvanecer e a benção da Princesa será perdida para sempre…
Já de acordo com historiadores Garlitzianos, os cristais de mana já existiam na terra, mas foi apenas um grande tsunami que inundou a região de Teranam séculos atrás que estes cristais acabaram alcançando o continente, o povo que sobreviveu relatou que após a água baixar, a fauna e flora dos locais afetados e que ficavam perto dos cristais estavam diferentes, pareciam vibrar a noite quando a luz da lua os atingia, com o retorno dos moradores das áreas afetadas, as iguarias que apareceram devido à inundação foram introduzidas à culinária local, e em uma geração, usuários de mana começaram a aparecer, com o tempo, a magia se tornou algo raro, mas não especial, de se possuir no corpo.
Muitas teorias são feitas sobre estas duas conclusões, mas em tempos recentes, anos antes do início da Guerra Imperial, um pesquisador de Teranam chamado Lôr Sicelos criou o que ficou conhecido como a Teoria da Unificação.
Sicelos acompanhava o Capitão Edvard Lend em uma expedição para dar a volta em Gazit e achar rotas comerciais por meio do oceano, ao se distanciar do continente, viram no horizonte o que parecia ser uma grande ilha repleta de grande montanhas, o barco logo se aproxima e decidem então investigar o local. Depois de duas tentativas fracassadas em tentar subir as montanhas, Sicelos e Lend decidem então continuar sua missão e voltarem no ano seguinte com os materiais necessários para concluir a escalada. Um ano depois, Sicelos e Lend alcançam o cume da montanha e fazem a descoberta de suas vidas, aquele local não era uma ilha, e sim, uma enorme cratera.
Colheram amostras do solo, desenharam a melhor maneira que podiam a incrível paisagem que viam, um cratera tão grande que um lago existia no centro, de fora, parecia apenas como uma grande cadeia de montanhas, um segredo no meio do oceano, notaram então que existiam grandes cadeias de cristais de mana pela cratera, tão grandes que só era possível ver pontas saindo da água do lago.
Assim os dois ficaram por 2 anos na ilha, estudando e coletando recursos para Teranam, ao voltarem para Altárvore, Lend estava rico e Sicelos tinha em suas mãos a Teoria da Unificação.
Ele então alegou que as duas versões da história estavam corretas, a lágrima descrita pelos antigos foi o meteoro que causou a grande cratera que encontraram, o impacto do meteoro assim gerou o tsunami, do qual levou os cristais para Teranam e a benção da Princesa alcançou a humanidade. Sua teoria tinha unido o mágico com os fatos e hoje é a teoria mais aceita da história da Magia. Lôr Sicelos hoje é considerado um dos pesquisadores mais influentes de Gazit, e que infelizmente faleceu no início da Guerra Imperial, protegendo a pequena cidade rural onde estudava as estrelas em paz. Enquanto a Lend, ele luta na Guerra Imperial ao lado de Serena, esperando que toda sua fortuna investida na batalha não suma em vão.
ARQUIVO DE GUERRA #6 – O FIM E A VERDADE

Escrevo esta mensagem após nossa decisiva vitória, buscam me chamar de Salvador de Gazit, mas não quero nenhum outro mérito, o Sobrevivente de Tíria já é o suficiente para mim, na batalha final, fiz apenas o que era necessário. Mas estou me adiantando, vamos começar pela última batalha, no covil secreto dos Lâminafria. Desde que comecei a escrever estas cartas públicas, mudamos muito, eu mudei, aprendi a lutar, liderar, confrontar, ganhamos várias batalhas e perdemos muitas outras, a guerra parecia que duraria séculos, mas quando Garlitzia encontrou o covil secreto e nossos espiões nos avisaram prontamente, ali fora o começo do fim.
O quartel-general deles se encontrava nos meandros de uma floresta morta, um grande castelo desmoronado com luzes estranhas vindo de dentro.
Todos os exércitos estavam lá, comandantes para contra quem perdemos, outros dos quais ganhamos, era um pandemônio, uma cena da qual nunca sairá de minha cabeça.
Os soldados dos Lâminafria pareciam não acabar, as forças de Teranam e Garlitzia estavam se preparando para bater em retirada, então decidi apostar, reuni meus melhores soldados, e começamos a flanquear em busca de achar uma entrada secundária no covil dos Lâminafria, com sorte, encontramos uma entrada e nos apressamos, invadimos o covil e parecia que todos os soldados estavam brigando com os três exércitos fora do castelo desmoronado, o local era decrépito e a luz parecia ter medo de adentrar os corredores dali. Reunimos toda nossa coragem e adentramos, seguimos estranhos barulhos cada vez mais para dentro do castelo, descemos, descemos, mais longe do que jamais tínhamos descido, ainda era possível o som da guerra do lado de fora, rezei pelos outros comandantes que segurassem o fronte enquanto descobrimos a verdade dos Lâminafria.
Encontramos um grande salão, talhado na pedra e repleto de inscrições mágicas, um grande cristal de mana se encontrava no meio do salão, brilhando púrpura e emanando um calor poderoso. Em frente ao cristal, uma grande figura envolta em um robe negro entoava palavras desconhecidas a mim, neste momento, um de meus soldados chamou minha atenção para o outro lado do salão, notei a presença de outro esquadrão, eles eram de Garlitzia, eu já tinha ouvido falar deles, liderando aquele esquadrão estavam a Comandante Amaral e o Comandante Rosso, grandes inimigos nossos, mas naquele momento, nos encaramos, a nossa frente existia uma ameaça maior do que nossa guerra, eu fiz um símbolo de paz com a minha mão suja de sangue e lama, eles se entreolharam, a Comandante Amaral respondeu com o mesmo símbolo.
Um dos sinais de que a guerra estava terminando, nos aproximamos e trocamos informação, eles sabiam quem era, um homem considerado morto a décadas antes da Guerra Imperial, conselheiro antigo do Rei de Garlitzia, Ubsul. Enquanto rapidamente planejamos como derrotá-lo, outro esquadrão apareceu, desta vez, de Teranam. Liderados pelo Comandante Santos e a Comandante Gomes.
Concordamos em um plano de ataque, e juntos, destruímos a ameaça, o mago tentou nos impedir, quando percebeu que iria perder, ele tentou causar uma explosão que destruiria todos, mas eu estava lá, e com uma minha espada o impedi, os outros comandantes se aproximaram e destruíram a ameaça de uma voz por todas, e unidos como um, o derrotamos…
Com sua morte, os soldados da Lâminafria se tornaram pó, e a Lâminafria sumiu como apareceu, no silêncio da noite. Com o fim dos Lâminafria, Garlitzia e Teranam estavam em frangalhos, mas a Companhia Vermelha se manteve de pé. E ao invés de destruí-los como eles teriam feito conosco, estendemos nossa mão, ajudamos seus feridos, trouxemos todos de volta, e com isso, os Imperadores se renderam.
Com a derrota de Garlitzia, Teranam não via mais sentido em lutar, assim, a Companhia Vermelha se tornou o estandarte de todos.
O castelo desmoronado foi investigado, e foram encontrados provas de que Ubsul havia criado a visão que os Imperadores viram, causando toda esta batalha, tudo por poder e controle.
Nunca mais deixaremos isto acontecer, os comandantes das outras facções foram convidados a se unir a nós, os títulos de Reis e Rainhas agora são passado, uma nova era chegou em Gazit, e vamos ter certeza que o futuro será melhor, unidos, venceremos.
Esta será minha última carta pública, agora, temos que reconstruir, não será um trabalho fácil, muito menos rápido, mas deve ser feito. Honrando os caídos, e apoiando os que ficaram.
Este é o fim da Guerra Imperial, e o trabalho recém começou…
- Texto escrito por Veike, Salvador de Gazit